Desvendando o mistério do tempo

O tempo sempre foi um mistério oculto

     Agora, vamos fazer uma verdadeira viagem no tempo, porém, não será uma aventura de ficção científica, ou mera especulação para produção de obra cinematográfica. Na verdade, vamos viajar pela dimensão do tempo de forma racional e prática, baseados na realidade histórica dos fatos, que já foram comprovados pela Ciência, assim como registrados pela História. Da mesma forma, como já conversamos nos volumes anteriores, vamos comparar os fatos históricos com os relatos bíblicos correlatos, sempre procurando entender qual o sentido prático para a existência do tempo. O mistério que nos propomos a desvendar, é entender o objetivo de Deus, para ter criado a dimensão do tempo. Não estamos tratando do tempo, no sentido da experiência pessoal ou usual do nosso dia a dia, como administrar o tempo e assim diante, nossa aventura não será nesse sentido linear.

     Até porque, nesse sentido, a lição que fica para a nossa vida, em relação ao tempo, é aproveitar o presente da melhor forma possível. Todavia, não significa dizer que devemos esquecer o nosso passado de forma definitiva, nem tão pouco, deixar de planejar o nosso futuro. O mais importante, é decidirmos viver um dia de cada vez, aproveitando melhor a vida e as coisas que estão a nossa volta. O tempo passa rápido, e você vai perceber isso, à medida que sua idade vai avançando. Vamos valorizar e aproveitar o que Deus nos deu hoje, principalmente a nossa família, a pior escolha é viver o tempo baseado na realidade dos outros. Entretanto, dessa vez, vamos tratar de coisas mais profundas e que estariam ligadas diretamente as questões fundamentais, como os motivos de Deus para ter criado a esfera do tempo, fora da dimensão da eternidade. Tenho passado um tempo significativo, observando, estudando a História e a Ciência, procurando estabelecer princípios válidos que possam explicar a razão da existência humana e o real sentido da vida.

     A nossa experiência, é semelhante a alguém que abre uma janela, com o objetivo de contemplar a paisagem diante dos seus olhos. Em que pese, a vastidão da imagem, sempre encontramos os contornos que identificam e definem melhor a paisagem. Quando abrimos uma janela, apreciamos a vista e focamos nos detalhes da paisagem, identificando os relevos e as formações montanhosas, desse modo, vamos internalizando os elementos da paisagem, capturando os contornos e detalhes, como uma antiga máquina fotográfica, formando uma imagem subjetiva da visão objetiva. Da mesma forma, tenho olhado para os acontecimentos no tempo, procurando encontrar significados para a nossa existência. Algumas observações, que estamos fazendo neste livro, são como aqueles detalhes mais profundos ou quase imperceptíveis, para um olhar desatento. Algumas coisas, só conseguimos perceber depois de muito tempo de janela. Se você perguntar a alguém, se ele conhece uma determina praia da região, a maioria das pessoas da localidade, vão afirmar com segurança que conhecem. 

     Todavia, mesmo para uma questão simples assim, existem níveis de conhecimento diferentes da mesma praia. Enquanto alguns conhecem somente a praia, pode existir pessoas que trabalham e passam os dias ali, ou até um pescador que conhece, além da orla da praia, ele conhece a superfície e a profundamente, até o ambiente do alto-mar. Essa mesma situação também se aplica ao conhecimento da janela do tempo. Logo, qualquer pessoa pode ter uma definição pessoal para o tempo, mas quantos saberiam explicar o motivo que levou Deus a criar a esfera do tempo? Uma coisa é o conhecimento científico, que é muito importante, porém, precisamos investigar as razões pelas quais o tempo foi criado. Qual o real motivo de Deus, para criar uma esfera fora da eternidade, se todas as formas de vida, na criação original, eram em tudo superiores e eternas? Em que pese, termos sidos criados a imagem e a semelhança de Deus, nós fomos feitos inferiores aos anjos: “Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando; antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo: Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites?

     Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos]. Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” - Hb 2:5-7,9 (JFAA). Qual o motivo que levou Deus a optar por uma forma de vida totalmente inferior aos anjos, e mesmo assim entregar a primazia de tudo para ela, sujeitando todas as outras criaturas mais elevadas, e até mesmo o universo inteiro, para ser administrado pela nova forma de vida inferior? Ora, a sabedoria de Deus, é mais alta que a nossa percepção das coisas. O contexto acima fala de Jesus o nosso Senhor, e Nele, toda humanidade foi sarada e elevada na Sua ascensão e Senhorio universal. Ele é a nossa cura eterna e a nossa nova posição elevada no universo. Teria Deus a intenção de mostrar, para o rebelde Satanás, que mesmo o homem sendo inferior em tudo, poderia vencê-lo e subjugá-lo? Isso é o que vamos analisar pouco a pouco.

      Por enquanto, quero lembrar que o homem não foi criado dentro da eternidade, quando o homem foi formado (no final do sexto dia), ele já estava limitado e sujeito a ação do tempo, preso dentro de um corpo físico, um corpo que precisava de alimentos, e depois surgiu a esposa para cuidar e os filhos para criar. Como consequência, Ele iria envelhecer e quando não pudesse mais envelhecer, iria morrer. Para poder viver eternamente, o homem deveria necessariamente ter comido da árvore da vida, mas não foi isso que ele fez. E se Deus na Sua onisciência, já sabia que o homem comeria da árvore do conhecimento do bem e do mal, por que então Ele colocou a árvore maldita no meio do jardim? Tudo isso precisa ser analisado pouco a pouco. Nos próximos capítulos, veremos que tudo isso, fazia parte de um plano maravilhoso! Veremos que o problema da eternidade foi resolvido no tempo! Em que pese, o tempo ser uma esfera limitada e de muitos sofrimentos, foi exatamente aqui que a humanidade triunfou sobre a rebeldia que contaminou o universo.

     Qual o real significado da existência do tempo? Ora, o tempo é um dos principais mistérios do universo, e desconfio que se alguém consegue entender adequadamente a dimensão do tempo, certamente terminará desvendando também o sentido prático da existência humana. Costumamos pensar o tempo como uma dinâmica de sucessão dos acontecimentos no espaço físico. Todavia, o tempo é muito mais que isso. O tempo não é somente a regra ou a maneira como mensuramos os momentos: horas; dias; semanas; séculos e assim por diante. O tempo também não é só a métrica para medirmos a duração dos acontecimentos. Pelo contrário, o tempo vai muito além de uma grandeza física e deve ser considerado como uma das dimensões do universo físico. O tempo é a dimensão do universo em que vivemos. Considerando o modelo vetorial da Física Moderna, estamos localizados no espaço tridimensional, e sujeitos a ação e aos efeitos do tempo. Desse modo, o espaço e o tempo, não são necessariamente diferentes entre si. 

   De maneira que, eles estão diretamente interligados, na dimensão espaço/tempo, como duas grandezas indissociáveis. Para o observador comum, a janela do tempo, pode apenas ser percebida de forma subjetiva, conforme a percepção dos sentidos físicos. Por exemplo, quando alguém fica preso no trânsito, ele pode ter a impressão de que o tempo demora a passar, enquanto, se alguém tem muitas coisas para fazer em pouco tempo, ou está ao lado da pessoa amada, poderá ter a sensação de que o tempo está passando muito rapidamente. Todavia, fisicamente falando, o tempo é relativo. Não em função do nosso subjetivismo pessoal, mas o tempo é considerado relativo, porque varia conforme a velocidade e a gravidade, em relação a um dado referencial. Logo, para quem observa determinado fenômeno físico, o tempo passa mais devagar para alguém em alta velocidade, e em ambiente de alta gravidade. Em caso contrário, o tempo, tende a passar mais rápido. 

      Em outras palavras, não é que o tempo passe mais devagar ou mais rápido, mas que ele se dilata, obedecendo ao fenômeno da dilatação temporal. Na verdade, a sensação de passagem do tempo seria a mesma, mas quando comparamos as duas situações, a diferença de tempo se torna real e perceptível. Segundo a Teoria da Relatividade Geral, que foi formulada pelo físico Albert Einstein, o espaço/tempo é composto por duas grandezas indissociáveis entre si, o que acontece na realidade, é que o espaço/tempo é deformado pela presença de matéria. O Primeiro Princípio da Relatividade, afirma que, se dois observadores estiverem se movendo a velocidades constantes, um em relação ao outro, eles vão concordar com os resultados de todos os experimentos físicos realizados com relação ao tempo da viagem. O que esse princípio afirma, é que a velocidade é variável, ou seja, não há um experimento que possa simplesmente definir a velocidade sem considerar um referencial, pois a velocidade é sempre mensurada quando comparamos com um referencial.

     O Segundo Princípio da Relatividade diz que a velocidade da luz no vácuo é absoluta e constante. Ou seja, não depende da fonte, nem do observador ou de comparação com um referencial. Portanto, os princípios da relatividade explicam que enquanto o tempo e a distância/espaço são variáveis (relativos), a velocidade da luz é sempre constante e absoluta. O tempo e o espaço seriam relativos justamente para que a velocidade da luz fosse sempre constante, ou seja, em outras palavras, o espaço e o tempo se dilatam para manter a velocidade da luz constante. Não é interessante? Nesse universo tudo é relativo, para acomodar ou compensar, o fato de a luz ser uma constante absoluta. Portanto, tudo muda na sua própria dinâmica, porém a luz permanece a mesma pela eternamente. Você já parou para considera este fato? Já se perguntou por que a Bíblia afirma que Deus é Luz? 

     Deus é absoluto e eterno e não muda: “O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa. Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” - 1Jo 1:3-5 (JFAA). Ora, esse universo sem a existência de Deus, como a verdade absoluta que fundamenta tudo, seria o caos, não poderia ter base para existir, e simplesmente tudo iria sucumbir, desmoronar e nada poderia se sustentar. O outro fator, além da velocidade da luz, que faz com que o tempo se dilate é a gravidade. Portanto, o tempo é afetado diretamente pela matéria, em função da gravidade, pois a força gravitacional distorce o "tecido" ou estrutura do espaço/tempo. Por exemplo, em um planeta com gravidade mais forte que da Terra, como Júpiter, o tempo passa mais devagar e vice-versa.

     Portanto, na dinâmica universal nada é absolutamente imutável, exceto Deus: “Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” - Tg 1:16-17(JFAA). Nele não pode haver qualquer sombra de mudança. Portanto, cuidado com as narrativas filosóficas vazias, que aproveitando o conceito da teoria da relatividade, e tentam inferir que tudo é relativo, inclusive Deus. Baseados nisso, alguns defendem que não existe verdade absoluta, ora, se fosse assim, o caos estaria estabelecido no universo, e a ordem na dinâmica universal desmente essa tese tendenciosa e falsa. Tudo está funcionando como um relógio divino.

 

A ausência de Deus sempre produz um vazio


    Como historiador e cientista, tenho estudado e acompanhado a História humana, e é foto, que nunca presenciamos tantas mudanças, como as que aconteceram nesses últimos anos: houve um grande avanço tecnológico nas ciências; o desenvolvimento de novos produtos e comodidades; a engenharia genética levou o homem a brincar de Deus e a globalização, está definitivamente tornando a terra uma só aldeia. Bem, todos esses fatores e novidades modernas, prometem ao homem, uma melhor qualidade de vida em todos os seus aspectos. Mas será que isso de fato está acontecendo? Que qualidade de vida é essa? Acontece, que tudo está focado nas esferas físicas e psicológicas, onde o inimigo de Deus já domina. Quem está preocupado com as coisas e realidades espirituais? Então, paradoxalmente, o que se constata é que cada vez mais temos menos tempo para nós mesmos e para a nossa família. 

   O que se observa hoje são pessoas empregando todo seu tempo, dinheiro e energia em cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, é uma corrida sem fim. Não se pode negar que o homem tem pagado um alto preço na esperança de melhorar a sua qualidade de vida. Esse preço, muitas vezes é a desagregação familiar, as barreiras que surgem no relacionamento com os filhos, e muitas vezes até a morte prematura, em consequência de estresse excessivo, enfarte, ou outras doenças. Desse modo, mesmo entre aqueles poucos que conseguiram, que chegaram a galgar o podium do “triunfo”, constata-se muitos casos de depressão, uso de drogas, sentimento de solidão e suicídio. Que qualidade de vida é essa? Embora hoje a Ciência saiba infinitamente mais a respeito do universo, do que há pouco tempo, o significado da existência humana continua sendo um grande mistério. Você pode ver os desdobramentos deste assunto no livro Desvendando o Mistério do tempo.