O destino provisório das pessoas que sofreram a morte do corpo


       Quando escrevemos sobre a volta do Senhor, no volume cinco desta série, logo surgiu entre os leitores, alunos e meus amigos de trabalho, uma pergunta muito recorrente. Qual é o destino das pessoas que morreram fisicamente? Então, vamos aproveitar, para fazer algumas considerações a esse respeito. A primeira observação a ser feita, é que fomos gerados pelo sopro de Deus. Inicialmente, Deus fez um boneco de terra/barro, depois sobrou nas suas narinas o fôlego de vida. Assim o primeiro homem passou a ser alma vivendo. A matéria se tornou o nosso corpo físico, a nossa casa provisória, e o sopro de Deus nos transmitiu a vida (energia inicial), gerando em nós a alma e o espírito humano. Portanto, o que é provisório é o nosso corpo de “terra”, quando ele perde as suas funções, não tendo mais condições para existir fisicamente, porque a matéria está sujeita a ação do tempo, então, libera a alma e o espírito, e uma vez morto, entra em decomposição e volta para a terra de onde veio. Portanto, o que é mortal no homem é o seu corpo físico, o nosso revestimento, a alma e o espírito são eternos. Todavia, aqueles que não foram salvos em vida, experimentarão a morte eterna, ou seja, ficarão em uma condição de inexistência permanente. O objetivo de Deus mandar o homem se reproduzir e encher a terra, é ganhar para Si mesmo daqueles que se voltarão para Ele, esses não morrerão, mas já passaram da morte para a vida.

      Qual tem sido, o verdadeiro destino de todas as pessoas que morreram e morrerão, até a volta do Senhor? Quando o espírito é liberado pelo corpo, é levado para uma outra esfera invisível para nós hoje, que o próprio Senhor Jesus explicou e descreveu para os seus discípulos: “Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” - Lc 16: 20-31 (JFAA).

       Estamos familiarizados com o conceito religioso, de que o homem “bom” vai para o céu e o homem “mau” vai para o inferno. Todavia, não é assim, que a Bíblia nos ensina. Note que os dois mortos estão no inferno, cada um em um lugar diferente, são dois lugares distintos dentro da mesma esfera, um é chamado de seio de Abraão e o outro é um lugar de tormento. Note que nenhum deles foi para o céu, nem mesmo o pai da fé, o patriarca Abraão. A Bíblia nos ensina que até mesmo o rei Davi, que era segundo o coração de Deus, também está no seio de Abraão: “Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita” - At 2:29, 34 (JFAA). Note que Davi também não subiu aos céus. Na verdade, ninguém subiu aos céus até agora, somente o Senhor Jesus foi devidamente aprovado, ressuscitou e subiu para junto do Pai, todos os demais homens e mulheres vão passar primeiro pelo julgamento de Deus: “Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita” – Jo 3:13 (JFAA).

       A dureza e a cegueira do homem caído: “Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” – Lc 23:39-43 (JFAA). A natureza caída do homem em trevas é terrível, veja a aspereza e as densas trevas, nas quais estava envolvido o malfeitor tagarela. O outro malfeitor ganhou misericórdia da parte de Deus, foi iluminado e mesmo no último momento de sua vida, ele foi salvo da morte eterna. O seio de Abraão, também é chamado de paraíso, e foi para lá que ele foi juntamente com o Senhor. O malfeitor que foi salvo, ficou lá aguardando o julgamento, mas o Senhor Jesus ressuscitou no terceiro dia, como estava profetizado. Observe que o hades ou inferno é o lugar onde os mortos estão, no período entre o seu falecimento e a sua ressurreição, é a dimensão onde ficam todos os mortos, e o nosso Senhor Jesus também esteve lá: “Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal.

       Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra” – Mt 12:38-40 (JFAA). Quando, o apóstolo Paulo falou sobre o assunto, ele deixou claro que o Senhor Jesus foi lá para proclamar libertação aos cativos: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas” – Ef 4:7-10 (JFAA). Independente do cristão se tornar um vencedor ou não, quem teve a oportunidade de crer no Senhor, vai sair do seu corpo físico e será levado para outra esfera de descanso (seio de Abraão), onde aguardará a ressurreição dos mortos, para ressuscitar com um corpo de glória. Porém, ainda passará pelo tribunal de Cristo, pois todos nós seremos julgados: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” – 2Co 5:10 (JFAA). A regra básica é a seguinte: quem crer será salvo, quem, porém não crer, será condenado: “Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado. 

      E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” – Mc 16:14-16 (JFAA). Caso alguém morra na incredulidade absoluta, ficará na esfera de tormento (no inferno) e depois da volta do Senhor, será julgado no grande trono branco: “Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.  E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” – Ap 20:11-15 (JFAA).